Indústria Naval

O Polo Naval da Metade Sul do Estado recebeu aportes significativos durante a década passada com a construção de três grandes estaleiros, dois em Rio Grande (QGI e ECOVIX) e um em São José do Norte (EBR), que acumularam mais de R$ 15 bilhões em investimentos recebidos.

Em seu auge, o setor chegou a empregar mais de 20 mil pessoas (2013) e ter cerce de 30% do petróleo brasileiro extraído a partir de plataformas construídas localmente. A criação de um Arranjo Produtivo Local da Indústria Naval, bem como do Parque Científico-Tecnológico do Mar – OCEANTEC, muniu os atores locais com a capacidade de rápida qualificação de mão de obra e preparação de fornecedores, de forma que o polo está preparado para construção de plataformas, atividades de manutenção e reparo, construção e integração de módulos, monoboias, barcaças, PSV, AHTS, rebocadores e navios mercantes.

As condições geográficas específicas do Rio Grande do Sul explicitam o potencial gaúcho no setor. A Indústria Naval está inserida em uma considerável extensão costeira, compreendendo mais de 50 municípios. Todas as operações da indústria podem ser instaladas ao longo de mais de 400 quilômetros de hidrovias – situação única no Brasil. O início do processo se dá no Polo Naval, em Rio Grande. Em seguida, passa pela hidrovia da Lagoa dos Patos e os rios navegáveis do sistema Guaíba, Jacuí e Taquari. A partir de então, integra-se, também por via terrestre, ao eixo industrial Porto Alegre-Caxias do Sul. Ali estão situados os polos metalomecânico, eletroeletrônico, de automação, máquinas e equipamentos industriais.

Apesar da retração do setor a partir da recessão brasileira de 2015 e 2016, e as mudanças de exigência de conteúdo nacional, no primeiro semestre de 2023 a Petrobras anunciou a intensão de retomada da indústria naval do país, o que inclui novos investimentos em Rio Grande. A Transpetro estuda a possibilidade de construção de barcaças nos estaleiros locais para apoiar a logística da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap).