O Rio Grande do Sul tem como meta consolidar sua indústria automotiva como um player global de veículos e componentes. O Estado conta com ambiente favorável para a instalação de novas indústrias nesse setor, que representa importante parcela da produção industrial e conta com fornecedores de matéria-prima, mão de obra qualificada e expertise institucional. Nas regiões Serra e Metropolitana, concentram-se as cadeias de suprimento para setor automotivo (metalmecânico, plástico, borracha e eletroeletrônico). Grande parte dessas empresas se organizam institucionalmente no Arranjo Produtivo Local (APL) Metalmecânico e Automotivo da Serra Gaúcha, que, por meio de apoio do Governo do Estado, busca promover a consolidação das empresas metalmecânicas e automotivas da região, através da qualidade dos serviços e produtos próprios e de seus parceiros, para viabilizar o desenvolvimento empresarial, a inovação tecnológica e o crescimento da comunidade abrangente.
A indústria de fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias1 encontra-se presente em 109 municípios do Estado. Em 2012, o RS apresentava 705 estabelecimentos, os quais empregavam 52.103 pessoas. Os municípios de Caxias do Sul, Porto Alegre, São Marcos, Gravataí, Canoas e São Leopoldo concentram 51% dos estabelecimentos desse segmento. Caxias do Sul, Gravataí, Porto Alegre, Erechim, São Marcos, Canoas e São Leopoldo concentram 87% dos empregos2.
Em 2016, o Rio Grande do Sul foi o 4º maior Estado produtor de veículos automotores do Brasil, respondendo por 6,9% da produção nacional3. A fábrica da General Motors (GM), em Gravataí, é considerada a maior e mais produtiva planta da empresa no Hemisfério Sul. O Estado conta também com montadoras de ônibus (Marcopolo e Neobus), caminhões (Agrale), máquinas agrícolas (AGCO, John Deere) e implementos rodoviários (Guerra e Randon), que impulsionaram a criação de indústria de suporte e cadeia de suprimento variadas, além de uma ampla base de empresas de autopeças. Na indústria automotiva e de implementos rodoviários, o Estado tem participação relevante na produção brasileira de automóveis (4ª posição) e na produção de carrocerias de ônibus e de implementos rodoviários (1ª).
O Estado tem posição geoestratégica privilegiada, que proporciona fácil acesso a importantes mercados automotivos no Brasil e na América Latina, como São Paulo e Buenos Aires. Oferece ainda uma saída marítima por meio do Porto de Rio Grande, que possibilita a exportação dos produtos fabricados e a importação de matérias-primas e equipamentos. Frente a crise interna que o setor automotivo passou no Brasil e a desvalorização do Real desde 2014, a participação das exportações no faturamento das empresas vem aumentando significativamente. No primeiro semestre de 2017, o volume exportado do setor automobilístico do Brasil foi o maior da história, com 372,6 mil unidades enviadas a outros países, representando um aumento de 57,2% ante as 236,9 mil do primeiro semestre do ano anterior4. A tendência é que a exportação brasileira continue respondendo por parcela importante do faturamento no setor, o que faz com que as vantagens competitivas do Rio Grande do Sul tenham ainda mais relevância.
O Rio Grande do Sul conta com uma política industrial consolidada e dedicada à expansão dos investimentos no segmento automotivo. Através de diversos programas, entre eles o Fundo Operação Empresa (Fundopem) e o Programa de Incentivos à Cadeia Produtiva de Veículos de Transporte de Carga (Procam), o Estado proporciona aos projetos a viabilidade necessária para a instalação competitiva, oferecendo incentivos fiscais, linhas de crédito dedicadas ao segmento e áreas em distritos industriais. Em 2017, o Governo sancionou nova política de incentivos fiscais voltados aos fornecedores de montadoras instaladas no Estado, buscando promover a indústria de autopeças do Rio Grande do Sul.
A indústria automobilística está passando por diversas transformações: em pouco tempo, teremos um novo conceito de mobilidade, negócio e organização da produção. Eletrificação de veículos, conectividade, indústria 4.0 e condução autônoma, entre outros fenômenos, constituem um novo paradigma tecnológico e de mobilidade. Essa nova configuração se torna um grande desafio para todos os agentes que participam do arranjo que sustenta o setor automobilístico e, por isso, requer abordagem integrada. A busca de qualidade e competitividade só será possível com colaboração. Nessa lógica, o papel do Estado é de apoiar o segmento frente às mudanças que estão por vir.